12 de Maio de 2010
Mãe,
Não sei falar de todas as motivações que nos movem para subirmos os caminhos até ao lugar da comunhão. Não sei falar das lágrimas ou dos sorrisos de todos os que, esta noite, fazem Fátima acontecer deste lado do mar. Não sei que promessas ou desesperos trazem enrolados no terço que vamos rezar daqui.
Sei apenas, Senhora, do amor que marca os nossos passos, num ano marcado por lutos e por medos, por esperanças e solidões.
Sei dos que se entregam ao serviço do Projecto do Teu Filho, neste ano Sacerdotal, e continuam a sua missão, apesar da maré dos ventos que têm abalado a Barca da Igreja.
Sei de um ano que se vestiu com o Teu manto e nos fez aproximar do céu, com a Tua Imagem peregrinando aqui, nos nossos caminhos, não nos deixando morrer afogados na tragédia que cobriu o nosso peito de lama.
Sei de gritos e de segredos, de sucessos e de fracassos, de saúde e de fraquezas, da vida e da morte.
Sei de um tempo: um ano. O tempo exacto que dura esta Oração. O tempo que é de começo. O nosso tempo.
No terço que vamos rezar, agora, vamos guardar os nomes dos que, em Fátima, o rezam também, desta vez, acompanhados pelo Papa, pelo nosso Bispo e pelo Mundo inteiro que, esta noite branca, faz de Fátima o altar.
Recebe a nossa oração, Mãe. Protege os que vieram ver-te aqui. Guarda os que este ano não puderam vir e acolhe no Teu regaço os que já não precisam de subir a rua porque já estão contigo.
Ámen.
Graça Alves
Sem comentários:
Enviar um comentário