terça-feira, 11 de maio de 2010

A PROPOSITO DA VINDA DO PAPA

A PROPOSITO DA VINDA DO PAPA BENTO XVI


“A medida do amor é amar sem limites” – Santo Agostinho


Vou, portanto, falar de amor. Porque é desta matéria que se faz a Igreja. O tempo é um mar imenso com tempestades e calmarias. Nós, peregrinos nesta terra de sol e de tormentas, entrámos na barca e vamos, em cada momento, à procura de nós. À frente, a marcar o caminho, com os olhos postos em nós, vai o homem do leme. Cristo descansa entre nós, confiante nos braços que dirigem a viagem. Diferentes, porque diferentes são os momentos. Iguais porque igual é a Luz, a Verdade e a Palavra.

Cada capitão tem por missão levar a barca a bom porto. Apesar dos ventos e das marés. Apesar do medo e da vergonha. Mesmo que as ondas façam pensar em naufrágios.

É em amor que eu penso sempre que me refiro a João Paulo II. Porque os meus olhos tocaram nos seus, num momento fugaz em que ele passou por mim e me acenou e eu senti que aquele gesto era para mim. Um abraço. A ternura de Maria, a Mãe, que ele tinha colada ao sorriso. A brancura das vestes lembrando a paz. A coragem de falar da santidade e do perdão e do diálogo entre as religiões. E o amor.

Foi o timoneiro da minha juventude. A imagem de Maria ia estampada nas velas e brilhava de noite. E eu conheci um santo. Mas “aquela alma piedosa e santa, libertou-se do corpo”. Refiro-me ao papa da mesma forma que Santo Agostinho se referia à sua mãe (Confissões: 231). Porque feitos da mesma massa de Deus: o amor.

Os tempos, agora, são outros. À proa da minha barca está um homem diferente: Bento XVI. Um especialista no santo que me deu o mote, hoje, um homem de palavras pensadas, um homem que tem de encontrar as respostas para amansar o mar.

Portugal recebe-o. Fátima também. E nós. Vem falar de amor. E de coragem. Vem abraçar um país situado às portas do mar e que precisa, urgentemente, que lhe falem de Amor.

Graça Alves

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